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dor fantasma psicóloga

Já ouviu falar em dor fantasma?

Para definir que o paciente possui o membro fantasma entende-se que ele terá as mesmas sensações e percepções do membro real, mas seu órgão estará ausente, o mesmo já terá sido extraído de seu corpo. Essa sensação é descrita com certa recorrência em pessoas que sofreram a amputação, muitos sentem dor, mas a intensidade varia de pessoa para pessoa. (DEMIDOFF, PACHECO e SHOLL-FRANCO, 2007)

Os autores anteriores descrevem em seu texto que dentre os sintomas geralmente relatados por pacientes que possuem seu membro fantasmas, são com mais frequências às sensações de: a dor no membro amputado, dormência, queimação, câimbra, pontadas, ardor, aperto, compressão, uma dor intensa e frequente, ilusão vívida do movimento do membro fantasma, ou até mesmo, apenas a sensação de sua existência. Os pacientes que relatam esses sintomas podem ser divididos em dois grupos, os que possuem “dores crônicas”, pois relatam com muita frequência e os que são “sem dores crônicas”.

Estudos indicam que algumas pessoas podem sentir dores residuais no coto, mas que ao longo do primeiro ano tendem a diminuir. Essa dor está mais associada em pacientes que sofrem ablação devida a traumas e não decorrentes daqueles que fazem devida doenças vasculares. (Gallagher et al., 2001; Parkes, 1975, 1998 apud GABARRA 2010).

Mendonça e Sales (2018) citam fazendo referência ao texto de Ramachandran e Hirstein (1998) que os autores concluíram que a dor fantasma se encontra mais em pacientes que sofrem a amputação de forma traumática, do que pacientes que passam por todo o processo pré-cirúrgico. Eles acreditam que os resquícios de dor podem contribuir para que ocorra o fenômeno.

A dor normalmente é apontada logo na primeira semana, após o paciente sofrer a amputação, mas ela pode também aparecer depois de meses ou até vários anos. A duração da dor fantasma acaba variando de um indivíduo para o outro, entretanto a dor severa persiste em apenas uma pequena fração dos amputados. (Rohlfs e Zazá, 2000 apud DEMIDOFF, PACHECO e SHOLL-FRANCO, 2007).

Demidoff, Pachego e Sholl-Franco, (2007) em seu texto apontam que a imagem corporal é constituída no decorrer da vida, o cérebro após a ablação ainda mantém sua memória sobre aquele membro. A dor fantasma vem como a expressão da dificuldade de adaptação do indivíduo à sua nova configuração corporal.

A abordagem terapêutica a ser seguida é complexa e árdua, pois envolvem fatores individuais que interferem na evolução da dor fantasma. Sabino, Torquato e Pardini (2013) apontam que os pacientes que expressam seu sofrimento devido à perda, podem assim prevenir a dor em seu membro não existente.

O psicólogo deve trabalhar com o paciente a mudança de alguns valores, tanto sobre sua perda, como a imagem que tem de si e sua estima. Deve ser trabalhada também a elaboração de uma nova imagem corporal e aceitação de suas condições. Os autores citados acima complementam que a dor fantasma, mesmo não sendo a forma mais fácil, irá contribuir na construção dessa nova imagem corporal, que é sua representatividade interna do seu próprio ser físico, constituída através de suas percepções, ideias, vivências e emoções.

Portanto, não se sabe ao certo a origem da sensação do membro fantasma, mas essa dor está ligada tanto em fatores fisiológicos, quanto os fatores psíquicos. Não possui um tratamento certeiro para a cura, mas com a terapia e os medicamentos que fazem a dor diminuir se mostram eficazes. (DEMIDOFF, PACHECO e SHOLL-FRANCO, 2007)

Sendo assim, foi possível realizar uma breve revisão da literatura, de forma a identificar as informações mais objetivas e apuradas a respeito da sensação do membro fantasma.

O psicólogo é de extrema importância no enfrentamento dessa condição, pois é ele quem vai trabalhar com o paciente e seus sentimentos perante a amputação e à vida. Como vimos, a dor fantasma está muito ligada ao emocional da pessoa acometida, o psicólogo é o profissional competente.

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Bibliografia:

DEMIDOFF, Alessandra de Oliveira, PACHECO, Fernanda Gallindo e SHOLL-FRANCO, Alfred.  Membro-fantasma: o que os olhos não vêem, o cérebro sente. Rio de Janeiro, RJ, 2007.

GABARRA, Letícia Macedo. Estados emocionais, formas de enfrentamento, rede de apoio e adaptação psicossocial em pacientes amputados. Florianópolis, SC, 2010.

MENDONÇA, Camila de Lellis e SALES, Anna Carolina. Neurociência aplicada ao acidente de trabalho: do membro fantasma ao dano moral, estético e existencial. Anais do III Seminário de Direito, Psicologia e Neurociência. Ribeirão Preto, SP, 2018. 

SABINO, Stephanie Di Martino, TORQUATO, Richelle Maitê e PARDINI, Adriana Cristina Guimarães. Ansiedade, depressão e desesperança em pacientes amputados de membros inferiores. São Paulo, SP, 2013.

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